O maior parceiro comercial do Irão é a Alemanha que exportou no ano passado 4 bilhões de euros para a república iraniana. O Dr. Matthias Kuntzel da Universidade de Hamburgo é um perito nas relações Berlim – Teerão, e um dos principais activistas na campanha contra esta política. Ele participou de uma conferência no início deste mês em Berlim sobre o Fórum Berlinense sobre a Liberdade do Oriente Médio, uma coalizão entre organizações judaicas e não-judaicas, com o propósito de demonstrar a extensão dos laços entre os dois países. “Enquanto a Chanceler Angela Merkel e seus ministros de gabinete compareceram a uma sessão conjunta com o gabinete israelense em Jerusalém, e ressaltou o comprometimento deles com a existência continuada de Israel”, relatou Kuntzel ao Haaretz, “As empresas alemãs continuam a fazer negócios com o Irão. Não pode haver maior hipocrisia”. Na Conferência ele apresentou dados mostrando que mais que 1.750 empresas vendem maquinaria avançada | Hipócritas transacionam com Ahmadinejad |
e outros equipamentos para as indústrias do petróleo, têxtil, plástico e gráficas iranianas. Os maiores exportadores são a Siemens e a Linde, e Kuntzel afirma que fornecem equipamentos essenciais que o Irão pode também utilizar no seu programa nuclear. Kuntzel afirma que cerca de 40% das importações do Irã da Comunidade Europeia são da Alemanha. “Empresários na Alemanha afirmam que caso não vendam para o Irão, nossa economia sofrerá” diz ele. “Mas é uma mentira deslavada. Se cessarmos nossos laços comerciais com o Irão, isto afectará somente a metade de um por cento de todas as nossas exportações, mas acarretará danos irreparáveis ao Irão. A Alemanha tem que entender que a menos que sanções severas e efetivas sejam impostas ao Irão, a opção que restará será a guerra”. |
publicado na Rua Judaica
Lado a lado com académicos, jornalistas e políticos, europeus, americanos, israelitas e iranianos, participei nos dias 2 e 3 de Maio em dois ciclos de conferências, a primeira em Berlim, promovida pelo Fórum para a Liberdade do Médio Oriente de Berlim, e a segunda em Viena, promovida pela plataforma política "Stop the Bomb" (parem a bomba).
Os pontos de vista expressos cobriram o espectro do que é o debate nos dias de hoje no Ocidente, com alguns a defender a sua preferência por uma política de apaziguamento, que é necessário oferecer ainda mais concessões ao regime iraniano para que este desista da bomba; outros partidários de um cenário de clara confrontação armada, nuclear, se tal for preciso, e finalmente outros, como eu, que tentaram mostrar a possibilidade de uma terceira via.
A terceira via que defendi no debate assenta em três vectores fundamentais.
O primeiro consiste na aplicação estrita das sanções económicas e diplomáticas decididas pelas Nações Unidas.
Contrariamente ao que se possa pensar, o domínio tecnológico do Ocidente é ainda muito grande e há muita coisa que a Rússia e a China não conseguem fornecer em condições competitivas. Mesmo se assumirmos que estes dois países não cooperarão totalmente no sistema de sanções, estas continuam a ser importantes.
É claro que quanto mais coerentes e mais consistentes forem as sanções, mais estas serão eficazes.
O segundo vector é o do apoio à oposição política e à sociedade civil iranianas. Quanto mais depressa abandonarmos a política suicida de chamarmos terroristas às vítimas do terrorismo, na ilusão de que assim evitaremos sermos também vítimas, melhor.
O terceiro vector é o da contenção do expansionismo externo iraniano, contenção que tem de ser feita em toda a região, mas a começar exactamente pelo Iraque.
Estou em crer que o desenvolvimento integrado destas opções políticas poderá contribuir para a mudança de regime e dificultará fortemente o seu programa nuclear em particular e de promoção do terrorismo em geral.
Aquilo que me pareceu mais impressionante nestas conferências foi a mobilização e participação em massa de jovens estudantes universitários que parecem ter rompido finalmente com os dogmas do anti-semitismo e da condescendência com o fascismo religioso e nacionalista dominantes.
Em segundo lugar, destaco a participação de muitos representantes da oposição iraniana que decidiram iniciar um diálogo que é fundamental para a preservação da paz.
Em terceiro lugar, e talvez o mais significativo, foi o esboçar de uma nova esquerda europeia virada para a defesa dos valores fundamentais das revoluções liberais e democráticas e dos movimentos de emancipação que se lhes seguiram.
Trata-se de uma nova esquerda, em estreita ligação com sectores democratas americanos e trabalhistas britânicos, mas que parece querer adquirir um centro de gravidade no coração do continente europeu, com perspectivas próprias.
O Grande Médio Oriente – em certa medida em concorrência com a China – tornou-se o principal palco de afrontamento da política ocidental, e estou em crer que é também aqui que se vão moldar as lógicas políticas dos principais actores no cenário internacional.
O Fórum para a Liberdade do Médio Oriente de Berlim e o "Stop the Bomb" (parem a bomba) de Viena promoveram, nos dias 2 e 3 de Maio, conferências sobre a ameaça de holocausto nuclear da teocracia iraniana.
Organizações Não Governamentais recentes, nascidas da rejeição da ameaça neonazi da teocracia iraniana e da defesa do direito à existência de Israel e dos judeus – como de todos os países e de todos os povos – a sua característica básica comum é a de serem formadas por jovens vindos de organizações de esquerda – e mesmo de esquerda radical – em ruptura com a contemporização dos seus Estados Maiores com o fascismo religioso e nacionalista no Grande Médio Oriente.
A esquerda dos princípios e dos valores é uma esquerda que preza a vida, a liberdade, a tolerância e a solidariedade como valores supremos e que não se pode remeter a plataformas saídas de intrincados raciocínios sobre poderes e relações de força.
Durante muito tempo a manipulação dos árabes da Palestina pelas autocracias da região, com a cobertura mediática e estratégica ocidental, transformaram aquilo que não é mais do que uma das manifestações de intolerância contra as minorias, numa luta entre espoliados de terras e de nacionalidade contra um impiedoso opressor.
As limpezas étnicas que foram depurando todo o Grande Médio Oriente, primeiro de judeus, mas depois de cristãos, de Druzos, de Bahai, de curdos, de turcomanos, de yazedis e de tantos outros, o extremismo nacionalista árabe primeiro e o fanatismo islâmico depois, foram menorizados na sua ameaça e sistematicamente desculpados como "reacção à agressão sionista" ou qualquer outro disparate do género, ou ainda pura e simplesmente assumidos como custos naturais e inevitáveis do petróleo e do mercado.
Quando os dirigentes iranianos começaram a negar a verdade do Holocausto, a conspirar com os neonazis europeus na perseguição dos judeus, dos seus opositores ou mesmo – como aconteceu comigo – dos dirigentes políticos europeus que se lhes opõem, a proclamar o esmagamento do Estado de Israel, aí finalmente houve quem entendesse que se tinha ido longe de mais na desculpabilização do fascismo islâmico.
Parte da velha esquerda parece ter sucumbido ao apelo do petróleo, utiliza a retórica do multicultaralismo para esconder a intolerância étnica, cultural e religiosa, e não se distingue por isso do que sempre foi a direita dos interesses em quem repentinamente descobre virtudes antes desconhecidas.
A luta contra o fascismo religioso é a luta pela libertação dos povos do Grande Médio Oriente, a começar naturalmente pelo mundo árabe. Quem oprime o mundo árabe não é Israel ou o sionismo, são exactamente aqueles que em nome da defesa da sua religião pretendem mantê-lo acorrentado a mitos e práticas profundamente reaccionárias.
Como dizia o manifesto de um movimento britânico também presente na conferência, o "Democratiya":
"Sectores da esquerda deixaram-se remeter a um canto incoerente e negativo do "anti-imperialismo" perdendo contacto com os valores tradicionais democráticos, igualitários e humanistas".
E mais adiante:
"Democratiya defende as bandeiras das revoluções democráticas dos séculos XVII e XVIII. Essas ideias tornaram-se a herança de todos pelas revoluções social-democratas, feministas e igualitárias dos séculos XIX e XX".
Recentemente, o Bloco Nacional Galego sofreu uma cisão exactamente pelo carácter xenófobo e anti-semita da pretensa posição anti-imperialista da direcção do bloco.
Pouco a pouco, vai-se erguendo uma nova esquerda, e eu creio que neste princípio de Maio, entre Berlim e Viena, ela se tornou imparável.
Paulo Casaca
Nos dois eventos, Paulo Casaca irá defender a necessidade de se repensar uma nova estratégia de combate ao que denomina de "imperialismo teocrático", que comece por apoiar a verdadeira oposição política e a sociedade civil, em detrimento da aposta em falsas alternativas reformistas.
“A Europa tem sido incapaz de agir como uma força unida perante Teerão, nem mesmo em termos económicos. Um regime inteligente de sanções económicas e diplomáticas é uma peça essencial de qualquer estratégia fiável com vista a pôr termo à bomba nuclear do fanatismo, mas que só terá efeito se for conjugada com uma política de apoio à oposição política e social e de contenção ao expansionismo teocrático na região”, refere o deputado socialista.
Saliente-se que ainda na passada semana, Paulo Casaca apelou para que o Parlamento Europeu dê um sinal claro e inequívoco de apoio às mulheres iranianas na sua luta contra o regime teocrático iraniano, no âmbito de uma Resolução – de que foi co-autor – sobre a violação dos direitos das mulheres e que condena a crescente pressão com que se debatem os activistas defensores de igualdade entre homens e mulheres naquele país.
Registration to the conference will be possible on our website from 24.3.2008 on.
Support our conference!
Please forward this mail to your potential interested contacts - persons, institutions, mailinglists - and please also use your weblog or other media to inform about the conference.
And we also urgently need donations - you can find our bank account below or on our website.
Do you have other means to support the conference? Please contact us!
Your sincerely,
Mideast Freedom Forum Berlin e.V.
Phone: +49 (0)30 8733 3417
Fax: +49 (0)30 700 143 1010
Mail: info@mideastfreedomforum.org
Web: www.mideastfreedomforum.org
Please support the conference and our further work with a donation!
Reason for payment: "Freedom Forum"
Mideast Freedom Forum Berlin e.V.
Nr.: 7668866
BLZ 100 700 24 (Deutsche Bank)
IBAN: DE75 1007 0024 0766 8866 00
BIC/Swift: DEUTDEDBBER
Friday, May 2nd 2008
11 a.m.
Press conference
7 p.m.
Introduction and greetings
7.30 p.m.
Opening panel:
Islamism, Antisemitism, Nuclear Programme: The Iranian threat
Religious and ideological motivation in Iranian domestic and international policies
Menashe Amir
Former director of the Persian program of Voice of Israel, Israel
A second Holocaust? The threat to Israel
Prof. Benny Morris
Professor of History, Ben-Gurion University, Middle East Studies Dept., Israel
"Strategic partner"? The special German-Iranian relationship
Dr. Matthias Küntzel
Political scientist, board member Scholars for Peace in the Middle East, Germany
The EU, Iran and the effectiveness of sanctions
MEP Paolo Casaca
Partido Socialista Portugal, Socialist Group in the European Parliament, Portugal
Chair: Alan Posener
Head commentator Welt am Sonntag, Germany
Saturday, May 3rd 2008
10.15 a.m. - 12.00 p.m.
Theocracy and Human Rights.
The character of the Iranian Regime
Anatomy of Terror in the Iranian theocracy
Javad Asadian
Writer and Poet, member and former president of the exil-Iranian PEN, Germany
Women under theocracy
Nasrin Amirsedghi
Publicist, Germany
The situation of the Kurds in Iran
Dr. Miro Aliyar
Representative of the Democratic Party of Iranian Kurdistan, Austria
Chair: Caroline Fetscher
Journalist, Tagesspiegel, Germany
12.45 p.m. - 14.30 p.m.
The Holy war against Israel and the West
The roadmap to the bomb
Yossi Melman
Writer and journalist, Haaretz, Israel
Terror and ideology-export: The Islamic Republic's war against the West
Dr. Patrick Clawson
Deputy Director for Research at the Washington Institute for Near East Policy, USA
Iran and the Islamist network in Germany
Alexander Ritzmann
Political Scientist, European Foundation for Democracy, Germany
Chair: Dr. Sylke Tempel
Historian and Publicist, Germany
16.00 p.m. - 17.45 p.m.
Iran and Europe: Dialogue or confrontation?
Capitulate to the Iranian Regime?
Henryk M. Broder (tba.)
Journalist, Germany
Business as usual? German-Iranian trade relations
Dr. Matthias Küntzel
Political scientist, board member Scholars for Peace in the Middle East, Germany
Know nothing, hear nothing, see nothing - Germanys policy towards Islamism: Calculation or anticipatory obedience?
Bruno Schirra
Journalist and Publicist, Germany
Chair: N.N.
18.15 p.m. - 20.15 p.m.
Final panel:
The need for a new antifascism
International cooperation against the Mullah-Regime
Kayvan Kaboli
Spokesperson of the Green Party of Iran, USA
Where are the anti-fascists? Iran and the meaning of "Coming to terms with the Nazi past" in 2008
Prof. Jeffrey Herf
Historian, University of Maryland, College Park, USA
Freedom, secularization, democracy – for a new Middle East
Thomas von der Osten-Sacken
Manager Wadi e.V., Germany
Jihad and Jew-Hatred makes a major contribution to the understanding of radical Islamism by tracing the impact of European fascism on the Arab and Islamic world. Drawing extensively on German-language sources, Matthias Küntzel analyzes the close relationship that began in the 1930s between Nazi leaders and Muslim extremists, especially the Egyptian Muslim Brotherhood and the Mufti of Jerusalem. This path-breaking book provides compelling documentation of the Nazi roots of what became Islamo-fascism and jihadist terror.
This study demonstrates in historical detail how the Muslim Brotherhood has consistently placed the hatred of Jews at the center of its ideology and policies through an incendiary rhetoric that interweaves passages from the Koran hostile to Jews with elements of Nazi-style world-conspiracy theories. Ancient prejudice and modern fantasies have become a deadly combination.
Jihad and Jew-Hatred also explains how the defeat of Nazi Germany in 1945 led to the shift of the center of global antisemitism to the Arab world, laying the foundation for radical Islamist currents in and around the Muslim Brotherhood and more recent terrorist organizations.
Küntzel convincingly shows that antisemitism is no mere supplementary feature of modern jihadism, and certainly no afterthought but its defining ideological core. This hatred also goes far beyond questions of Zionism and Israel. For Islamism, not only is everything Jewish evil, but every evil is Jewish, as the writings of Sayyid Qutb and the Charter of Hamas clearly explain to anyone willing to read them. It was this Jew-hatred that fueled the Jihad of the 9/11 terrorists.
Gerais
Asociación Galega de Amizade com Israel
Institute for Counter-Terrorism
Israel Palestine Center for Research and Investigation
Scholars for Peace in the Middle East
Irão
National Council of Resistance of Iran
Iraque
Israel
Ministérios do Negócios Estrangeiros
The Institute for National Security Studies
The Israel Democracy Institute
The Jewish Institute for National Security Affairs
Líbano
Center for the Strategic Studies
The Libanese Foundation for Peace
Media
Nacionais
Liga de Amizade Portugal-Israel
Palestina
Outros Árabes
Center for Strategic Studies (Jordânia)
Ministério dos Negócios Estrangeiros Egipcio