O chefe da diplomacia iraniana veio a Portugal anunciar que o seu Governo estava a ponderar uma proposta de investimento nos seus campos de gás por parte de uma empresa portuguesa. Sem perder o fôlego, fez ele também saber que pretendia a bênção do nosso país para o seu programa nuclear.
Na declaração política de resposta o chefe da nossa diplomacia tentou minimizar o óbvio embaraço provocado por tão ostensiva proposta negocial, afirmando que apoiava a posição da comunidade internacional em matéria de programa nuclear e não se referindo ao negócio do gás.
A forma como ele juntou a estas palavras a garantia de que nada tinha a obstar a um programa nuclear pacífico, em vez de soar como uma dádiva ao regime de Teerão, soou como a confirmação de que as sanções internacionais se deviam ao facto de o programa nuclear iraniano não ter fins pacíficos.
Tratou-se na realidade de utilizar uma forma diplomaticamente arguta para dizer que o posicionamento nacional em matéria de proliferação nuclear não poderia ser condicionado por qualquer relação comercial de qualquer empresa, apesar de não se tratar de qualquer empresa e de não se tratar de um domínio económico qualquer.
A Áustria, maior investidor no gás iraniano é, já há algum tempo, o país que mais defende o regime e mais se opõe a quaisquer sanções ao Irão.
Nesta matéria, de resto, o Irão pouco ou nada inova, sendo que a Rússia, como é público e notório, usa e abusa do mesmo mecanismo sem sequer se preocupar em disfarçar com linguagem diplomática a utilização da sua arma energética.
A Rússia não hesita mesmo em modelar a tabela de preços que pratica ao nível de alinhamento político da sua clientela, como também não teve qualquer pudor em oferecer a um ex-chanceler alemão um lugar na administração de uma subsidiária suíça da sua maior empresa no ramo energético, ou ainda ligar ostensivamente a sua oposição à independência do Kosovo a um negócio de gás com a Sérvia.
Curiosamente, foi precisa a presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros Iraniano entre nós para que esta questão se tornasse notícia de primeira página, parecendo que a diplomacia iraniana considera que a cenoura do negócio pressionará a opinião pública no sentido dos seus interesses.
Esta situação de fundo coloca em foco a necessidade de se saber quem em Portugal estará disposto a fazer o quê para que uma empresa portuguesa fique com o negócio do gás no Irão.
Pela parte do responsável primeiro da nossa diplomacia assistimos a uma posição de grande firmeza que não posso deixar de registar com muita admiração e respeito.
O plano nuclear de Teerão é um plano concebido por quem inventou o terrorismo moderno, ou seja, o assassínio suicida em larga escala por motivos religiosos. Não existe qualquer racionalidade civil para o programa nuclear iraniano. Todo o stock de urânio naturalmente existente no Irão tem um potencial energético inferior ao que resultaria do aproveitamento do gás que é queimado, sem aproveitamento, na exploração do petróleo durante um ano. O Irão está empenhado hoje num plano de expansão em toda a zona, do Afeganistão ao Líbano e principalmente no Iraque, fomentando o terrorismo e a desestabilização.
Fechar de olhos a todos estes factos seria a maior das cegueiras que poderíamos promover em Portugal, e eu só espero que todos os portugueses que lidam com estes dossiers dentro ou fora do nosso país, tenham a mesma lucidez e independência que o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros.Gerais
Asociación Galega de Amizade com Israel
Institute for Counter-Terrorism
Israel Palestine Center for Research and Investigation
Scholars for Peace in the Middle East
Irão
National Council of Resistance of Iran
Iraque
Israel
Ministérios do Negócios Estrangeiros
The Institute for National Security Studies
The Israel Democracy Institute
The Jewish Institute for National Security Affairs
Líbano
Center for the Strategic Studies
The Libanese Foundation for Peace
Media
Nacionais
Liga de Amizade Portugal-Israel
Palestina
Outros Árabes
Center for Strategic Studies (Jordânia)
Ministério dos Negócios Estrangeiros Egipcio