Trata-se de longe a autora que melhor compreendeu e escreveu em língua francesa sobre o perigo civilizacional de primeira importância que representa a teocracia iraniana e a política de apaziguamento do Ocidente em relação a ela.
Com uma escrita notável, uma erudição excepcional em matéria de defesa e segurança, uma clareza de raciocínio e verbo ímpares, a autora conduz neste terceiro livro da trilogia um arrasador libelo acusatório à diplomacia europeia a quem dedica o seu revelador posfácio:
Quem teria dito: "A experiência é uma escola em que as lições são caras, mas é a única em que mesmo os imbecis podem aprender qualquer coisa?" eu mesma não sei muito bem, mas pouco importa: são estas as minhas últimas palavras.
O problema não é necessariamente o da imbecilidade (embora esta também dê uma ajuda) e, contrariamente ao que parece pensar Thérèse Delpech, os diplomatas americanos não se revelaram mais brilhantes, sendo que o desastre iraquiano (de cuja realidade e dimensão a autora não se apercebe) ultrapassa em ignorância, incompetência e irresponsabilidade o pior que já foi produzido deste lado do Atlântico.
Mas, tal como afirma Delpech, nas palavras que antecedem o posfácio:
Neste quadro, onde está a política europeia? Procuramos por ela em vão nas negociações dos últimos anos. O que não impedirá em qualquer caso as nossas capitais de sofrer as consequências das crises nucleares que se perfilam no horizonte. Os erros diplomáticos podem ter efeitos tão desastrosos como os erros militares.
Com a ressalva de que o desastre negocial conduzido pela troika (Reino Unido, Alemanha e França com a inestimável ajuda de Javier Solana) em nome da União Europeia não condiciona apenas aquelas ou outras capitais, mas nos condiciona a todos, a questão é precisamente esta: a estratégia negocial europeia com o Irão foi suicida, e ninguém parece ter a coragem de gritar que o rei vai nu.
O penúltimo capítulo - nesta viagem que estamos a percorrer em sentido inverso por este livro - termina de forma não menos significativa:
No dia em que a situação se tornar realmente alarmante sobre estas duas frentes [Coreia do Norte e Irão] sem dúvida que nos vamos lembrar do que se passou em 2005. Um célebre romance alemão dos anos 1930 chama-se "Os irresponsáveis". Um belo título. Porque não relê-lo? O seu autor é Hermann Broch.
O paralelo com os anos trinta é sistematicamente enfatizado pela autora o que, não sendo naturalmente original, ganha com ela uma nitidez de que não conheço outro exemplo.
A autora - que tal como no seu livro anterior não se cansa de repetir que só graças à resistência iraniana o Ocidente soube do programa nuclear iraniano - não ousa questionar a política pseudo-anti-terrorista do Ocidente que em vez de classificar o regime iraniano como terrorista, aceitou negociar com ele a classificação de terrorista para o seu principal movimento de oposição, embora este seja um elemento decisivo para entendermos o que aconteceu, também aqui, diga-se de passagem, copiando para pior a política de Daladier/Chamberlain perante Hitler.
Com efeito, quando as diplomacias ocidentais resolveram apelidar de "terroristas" os resistentes checos (e a Checoslováquia era a única democracia oriunda do refazer do mapa da segunda guerra) em obediência aos seus acordos com Hitler, não foi como resposta ao facto de os resistentes checos terem denunciado os planos militares alemães.
Contudo, foi exactamente isso o que aconteceu em relação à OMP, Organização dos Mujahedines do Povo do Irão.
Ponta Delgada, 2007-11-03
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