Terça-feira, 9 de Setembro de 2008

Paulo Casaca promove discussão de programa nuclear iraniano

O deputado Paulo Casaca promove amanhã, dia 9 de Setembro, pelas 08h30, em Bruxelas, um debate sobre o programa nuclear iraniano.

 
A iniciativa é promovida pelo Grupo de Alto Nível do Fórum Europeu para o Próximo Oriente (Europe Near East Forum, no seu acrónimo inglês), do qual fazem parte deputados europeus, especialistas e representantes da sociedade civil, e que amanhã se reúne pela primeira vez.
 
Refira-se que 35% do total das importações do Irão provêm da União Europeia. A economia iraniana está hoje dependente do fornecimento de peças e bens industriais europeus, pelo que a aplicação de sanções económicas por parte da Europa é encarada como o único meio pacífico para pôr fim ao pesadelo da "bomba iraniana".
 
A natureza deste dilema, que evidencia a possibilidade de virem a ser consideradas no futuro outras opções em resultado dos fracassos obtidos pela via diplomática, é ilustrada em detalhe num relatório da autoria de Kassem Ja'afar, principal orador do encontro.
 
Actual consultor diplomático no Qatar, com formação em História do Médio Oriente e em Estudos de Guerra, Kassem Ja'afar foi, durante os anos 80, Co-Editor da publicação "Análise Estratégica", especializada em questões de defesa. Tendo assumido as funções de correspondente da BBC para o Médio Oriente por mais de uma década, Kassem Ja'afar é também autor e co-autor de vários livros e artigos sobre defesa do Médio Oriente, diplomacia e assuntos afins.
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publicado por nx às 11:19
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Domingo, 30 de Dezembro de 2007

O "Helmandgate"

Paulo Casaca
[2007-12-29] No dia de Natal o Governo Afegão resolveu expulsar o Embaixador da União Europeia nesse país, bem como um diplomata britânico ao serviço das Nações Unidas. De acordo com o comunicado emitido pelas autoridades afegãs e com informação difundida pelo canal de televisão mais popular desse país – que denominou este escândalo de "Helmandgate" – os diplomatas europeus teriam sido interceptados com 150.000 dólares em numerário e a informação constante nos seus computadores portáteis indicaria que tinham acabado de fazer pagamentos a líderes talibãs de Musa Qala na província de Helmand que tinham planos para organizar ataques suicidas contra responsáveis políticos afegãos.

Em reacção ao desencadear deste escândalo – significativamente, não por parte da organização visada, que foi a União Europeia, mas da parte do Reino Unido e subsidiariamente dos EUA – vimos a defesa de uma política de contactos e negociações com os adversários afegãos com o objectivo de os desligar dos seus líderes, deixando por explicar as profundas diferenças de apreciação com as autoridades afegãs sobre o que se passou ou mesmo a lógica de toda a política subjacente a estas negociações.

Desde que o terrorismo moderno (ou seja, o terrorismo religioso e suicida, também designado por fanatismo islâmico ou jihadismo) apareceu na cena internacional através de uma fatwa do Ayatollah Khomeini, o Ocidente tem sistematicamente negociado com ele, sendo que a extensão e profusão dessas negociações são muito mal conhecidos pela opinião pública ocidental.

No Helmandgate confronta-se a palavra dos dirigentes afegãos, que insinuam que o negócio feito em nome da União Europeia se destinava apenas a comprar a protecção das forças ocidentais à custa das forças afegãs, com a palavra anglo-americana de que se tratava de separar esses elementos talibãs dos seus líderes, bem como com o ensurdecedor silêncio da Comissão Europeia, ao serviço da qual se encontrava o Embaixador expulso.

A ter em conta as informações difundidas por Waliullah Rahmani da Fundação Jamestown, poderemos chegar a breve trecho a conclusões sobre quem tem razão neste confronto, dado que os líderes talibãs de Musa Qala com quem os diplomatas europeus negociaram têm uma relação tribal umbilical com os líderes da tribo Alizai em Shaiban, no distrito de Bala Bulock na província de Farah, província fronteira com o Irão, a partir do qual a insurreição é comandada. 

Se, como os observadores afegãos prevêem, este continuar a afirmar-se como o principal foco da sublevação talibã, é natural que se conclua que é a sua leitura dos factos a que se revela verdadeira.

Em qualquer circunstância, seria bom que o Helmandgate fosse encarado como um escândalo europeu de primeiríssima ordem.

publicado por nx às 12:04
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